Sempre quisemos amar-nos sem
datas, mas talvez com rótulos. Se não soubéssemos quando fazê-lo, apenas nos lembrávamos
que teríamos de fazer de tudo para nenhum de nós abandonar. Sempre quis dar
ênfase às ações, às atitudes, porque o passado não nos larga nunca e
assombra-nos nos dias mais escuros, em que parece que nada valeu a pena. E é aí
que o que parece mais fácil é convencermo-nos da derrota…mas nunca o seguimos à
letra. Valeu a pena sim, cada lágrima, cada sorriso esboçado e também cada
palavra injusta e fria. Somos ossos duros de roer, ambos, ficamos sem reação
quando algo nos ataca e amedronta. Não cedemos facilmente, deixamos tudo andar
pensando que nada nos pode ferir mais, pelo menos com tanta intensidade. Mas a
saudade sempre nos juntou. Isso nunca ninguém fez por mim, voltar pelo que quer
que fosse, mas tu és inteiro. Somos e sempre seremos inteiros. Vão sempre
existir obstáculos, mesmo que escondidos, por muitos medos que dispamos e mesmo
que o teu abraço seja a melhor coisa que existe. Seria estranho se assim não
fosse. Seria estranho ter de me habituar à ausência. O que me move é a esperança
de dias bons…e melhores. Porque nestes dias, as nuvens deixam cair as minhas
lágrimas, sem que tenha de fazer por isso, nem sequer pronunciar-me. Os dias
perfeitos também parecem ter as suas falhas momentâneas, os seus próprios
minutinhos de incerteza. Incerteza essa que nos pode afastar, mesmo que, por
dentro, nos sintamos uma merda. Mas faz-nos sonhadores e pessoas como nós não
se conformam com supostas verdades não conhecidas. Pela milésima vez, eu digo
ao mundo que foste a melhor coisa que me apareceu na vida e que nunca, mas
mesmo nunca, o arrependimento vai fazer parte dos meu dias maus…por tudo o que
partilhamos. As grandes confusões do nosso interior sim, essas podiam
desaparecer, do nosso coração, para que lutássemos um pelo outro como fizemos,
quase sempre, até agora. Vou amar-te sempre, até o meu coração o permitir…e o
meu coração é eterno.
1 comentário:
ha momentos em que digo que sim...somos mesmo responsáveis pela forma como nos iludimos e nos deixamos levar. mas há outros momentos em que...acredito no destino. mas depois há destas coisas, onde actuou o destino quando te separou da pessoa que tu vias como aquela? como a certa...não se explica
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