04 abril 2012

O orgulho congela-me as veias. Queria poder dizer-te tudo o que quero, com as palavras que quero, como se isso fosse o mais certo para mim, mas não consigo. O melhor fica sempre por dizer. Eu sei que o pensamento é sentido, que não quero que quando o amor te tocar -se tocar- vá embora, não o rejeites e tranforma-o no teu maior querer. Pouso a cabeça com a certeza de que nada é como antes, que é concreta a realidade, mas -e não sei porquê- não sou capaz de te retirar de um mundo quebrado. Puramente adormeci, cheia de desejos e insatisfações. Talvez te ame. Talvez o amor seja isto. Um pedaço de mistério, sem nexo mas com utilidade. Ou uma pura ilusão sem leis, um espaço feroz e plano. E se amanhã não vieres simplesmente? O que agora me parece garantido, amanhã estará perdido, porque estarás preso numa imensa inundação do que desconheces. O medo invade-te. Eu sei. O amanhã virá naturalmente... o problema é esse. Sinto lágrimas diluídas que derramo sobre um papel perdido, com palavras violentas, mas com uma esperança infinita. Às vezes, vivo calada e sem sentir, fria, cruel, inanimada e frágil, impune e impotente, profunda e intocável, porque o que dizem ser mundo...é um labirinto para mim. Não me impeças de ver o que não existe e lembra-te, eu quero-te sempre aqui.

4 comentários:

Sofia disse...

Obrigada querida*

Anónimo disse...

oh meu deus, que perfeito. adoro quando dizes "Talvez te ame. Talvez o amor seja isto. Um pedaço de mistério, sem nexo mas com utilidade. Ou uma pura ilusão sem leis, um espaço feroz e plano." É simplesmente perfeito. Escrever por vezes ajuda a esquecer, se calhar ele faz-te mal. Não deixes que continue a fazê-lo!

Mariana disse...

lindo, muito muito bonito!

Filipa disse...

Obrigada (; o blog "Mundos Mudos" que estás a seguir é meu e do meu namorado, se quiseres visitar os nossos pessoais:
meu: pontasdeternura.blogspot.com
dele: http://forcaumapaginadehistoria.blogspot.pt/