Nunca as despedidas foram bondosas comigo. As lágrimas nem
sequer pedem permissão para cair. A face permanece serena, embora com expressão
indignada e, juntamente com uma imensidade de suspiros, palavras saem sem
alguma preocupação, mesmo que sejam frias e que magoem. O tempo não joga a
nosso favor e nunca faz nada acontecer. A saudade é sempre maior que qualquer
pensamento que nos leve à ignorância. A saudade junta corpos e almas, junta
carinho com paixão e uma grande amizade com um óbvio grande amor. Tudo o que é
capaz de nos fazer derreter o gelo merece a nossa atenção e apego. Mesmo que já
estejamos fartos de lutar contra nós próprios, o apego existirá sempre e é
sempre ele que não nos deixa avançar para o capítulo seguinte, visto que temos
de recarregar energias e forças. Ainda lutamos sozinhos, contra o mundo, contra
mentiras e desilusões que nós próprios criámos. Mas é isso que não nos faz
respirar de alívio, as memórias e histórias mal contadas que eu comparo a dias
de nevoeiro intenso. Somos cegos, portanto. Mas merecemos compreensão e
observação. Merecemos que olhem para nós e digam “Eles mudaram. Merecem eterna
paz, sem olhares que desconfortem e atraiçoem sentimentos loucos. Tudo o que a
eles foi tirado, deve ser devolvido em maior e melhor quantidade e intensidade,
como doce oferta, em amor…mas em amor livre…”.
2 comentários:
Sempre que venho cá tens sempre destas coisas que me fazem reflectir um pouco sobre mim...
Good job hun :)
estupendo.o final está perfeito. fosse ele assim...
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