24 janeiro 2013


Nunca as despedidas foram bondosas comigo. As lágrimas nem sequer pedem permissão para cair. A face permanece serena, embora com expressão indignada e, juntamente com uma imensidade de suspiros, palavras saem sem alguma preocupação, mesmo que sejam frias e que magoem. O tempo não joga a nosso favor e nunca faz nada acontecer. A saudade é sempre maior que qualquer pensamento que nos leve à ignorância. A saudade junta corpos e almas, junta carinho com paixão e uma grande amizade com um óbvio grande amor. Tudo o que é capaz de nos fazer derreter o gelo merece a nossa atenção e apego. Mesmo que já estejamos fartos de lutar contra nós próprios, o apego existirá sempre e é sempre ele que não nos deixa avançar para o capítulo seguinte, visto que temos de recarregar energias e forças. Ainda lutamos sozinhos, contra o mundo, contra mentiras e desilusões que nós próprios criámos. Mas é isso que não nos faz respirar de alívio, as memórias e histórias mal contadas que eu comparo a dias de nevoeiro intenso. Somos cegos, portanto. Mas merecemos compreensão e observação. Merecemos que olhem para nós e digam “Eles mudaram. Merecem eterna paz, sem olhares que desconfortem e atraiçoem sentimentos loucos. Tudo o que a eles foi tirado, deve ser devolvido em maior e melhor quantidade e intensidade, como doce oferta, em amor…mas em amor livre…”.

2 comentários:

Gonçalo Subtil disse...

Sempre que venho cá tens sempre destas coisas que me fazem reflectir um pouco sobre mim...
Good job hun :)

kowodzpin disse...

estupendo.o final está perfeito. fosse ele assim...